Haverá aumento na carga tributária?
Uma das maiores preocupações em torno da Reforma Tributária do consumo é se ela resultará em aumento da carga de impostos para a população e para as empresas. No entanto, a proposta aprovada no substitutivo da PEC 45/2019 parte de uma premissa fundamental: não haverá aumento da carga tributária total.
Premissa de neutralidade
Durante o período de transição, as alíquotas de referência do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) serão definidas e revistas anualmente pelo Senado Federal. O objetivo é duplo:
Manter a arrecadação dos atuais tributos.
Preservar a carga tributária como proporção do PIB.
Ou seja, a arrecadação total deverá permanecer no mesmo patamar atual, mas com um modelo mais transparente e equilibrado.
A regra geral será a adoção de uma alíquota-padrão uniforme, aplicável a praticamente todas as operações de bens e serviços. Essa uniformidade reduz privilégios, simplifica a cobrança e promove isonomia em relação ao sistema fragmentado vigente.
Impacto nos preços
Embora a carga tributária global sobre o consumo se mantenha, a reforma pode gerar redistribuição de ônus entre setores:
Alguns produtos e serviços podem ter redução de preços.
Outros podem sofrer aumento de preços.
Esse movimento decorre da substituição de múltiplos tributos e regimes especiais por uma estrutura única, com poucas exceções. Para evitar choques imediatos, a transição será gradual, permitindo ajustes ao longo do tempo.
Fatores que podem reduzir preços
Além da neutralidade da alíquota, a reforma traz mecanismos que podem contribuir para a queda dos preços ao consumidor final, entre eles:
Desoneração dos investimentos, estimulando a produção e a competitividade.
Eliminação de distorções do sistema atual, como a cumulatividade de tributos.
Redução dos custos administrativos das empresas, com apuração mais simples e unificada.
Diminuição dos litígios administrativos e judiciais, reduzindo a insegurança jurídica.
A Reforma Tributária não tem como objetivo aumentar a carga tributária, mas redistribuí-la de forma mais justa e transparente. O impacto nos preços será diferenciado por setor, mas a expectativa é que, no médio e longo prazo, o novo modelo reduza distorções, barateie investimentos e melhore o ambiente de negócios no Brasil.
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